top of page
Buscar
Maria Gabriela Silva

husby-klit bk.

O que é?

Esse projeto foi desenvolvido pelo artista Robert Seidel, que criou um vídeo com visuais sombrios, a partir de gravações de eventos que ele já foi, que equivalessem ao conceito da música “Husby-klit Bk” da dupla Esmark (Nikolai von Sallwitz e Alsen Rau). Essa faixa está presente nos albuns "Māra I" e "Māra II", publicado em 2017.

 

Por que esse projeto chamou minha atenção?

Esse projeto chamou bastante minha atenção pois ele trabalha com a união de dois sentidos: a visão e a audição. Ao transpor a música para elementos visuais, esse projeto permite trabalhar com mais de um sentido de uma forma que quase “traduza” ou interprete um sentido em outro. O fato da própria música ser algo mais fora do comum, aliado a sua junção com um vídeo que pareça traduzir visualmente, não somente sua melodia, mas também os sentimentos de quem escuta, faz com que o indivíduo experiencie uma certa sinestesia: faz com que ele consiga enxergar o que ouve. Além de, claro, arrastá-lo para uma viagem dentro do universo da música.

The music's deep reverberations are such that a listener can get lost in them. And Seidel's nebulous visuals—swirling subtly, eerily, and organically—feel like you're swimming in the dark audio.

Outro ponto que me chamou a atenção foi o fato de que essas composições visuais foram criadas de uma forma que se adapte a percepção de cada um. Ao criar movimentos que se transfiguram conforme os padrões da canção, o artista conseguiu moldar imagens que mostrem essa instabilidade sonora que ele sente ao ouvir a melodia, essa "sensação dissipadora".

"We all are surrounded by different temporal rhythms that structure our day and for me the track feels different every time I listen to it," notes Seidel. "So I had to find a visual equivalent of these fluctuating musical patterns.

A criação desse material também foi algo que me chamou a atenção pois o vídeo foi feito com sintetizadores modulares. O processo de montagem já é algo bem interessante pois ao mesmo tempo que parece ser imprevisível, é possível controlar as imagens e os padrões. Dependendo de como os componentes são usados, pode-se criar tanto figuras coloridas e psicodélicas, como imagens sem cores e mais sombrias, como é o caso do projeto de Seidel.

 

Como funciona?

Essa composição visual foi criada a partir da manipulação de vídeos por sintetizadores. Os sintetizadores modulares de vídeo são instrumentos que interferem nas imagens de um vídeo por meio de sinais eletrônicos, podendo tanto melhorar uma imagem quanto distorcê-la, dependendo da forma como é operado. De modo geral, esse dispositivo opera com diferentes módulos que permite que o usuário tenha liberdade em manipular o vídeo da forma como quiser, conectando cabos, mexendo em botões, alterando entradas e saídas, sincronizando, mesclando vídeos, dentre outras diversas funções. O interessante desse instrumento é permitir que o indivíduo altere, além da mídia em si, a própria forma de criar diferentes composições.

Não encontrei nada específico do Robert Seidel explicando como ele usou esses sintetizadores na criação dessa obra. Além desse dispositivo, vi que ele usou TouchDesigner, que é uma linguagem de programação que permite interagir com mídias em tempo real, aliado a um controlador MIDI. Contudo, achei esse vídeo de um workshop, conduzido pela artista Alex Pelly, explicando como um sintetizador funciona e como pode ser usado:

 

Modificações

Para ser sincera, não enxerguei nada que eu mudaria nesse projeto. Eu achei ele bastante interessante, desde a forma como foi criado (leia-se, os instrumentos usados e sua manipulação) até o resultado final. Eu me interesso bastante por questões de sinestesia e quando vi que essa obra instigava quase que uma tradução de um sentido em outro, e ainda deixa em aberto para interpretações pessoais, não pude deixar de abordá-la como conteúdo para minha G1.

Acho que, não uma crítica, mas sim uma sugestão, seria tentar traduzir essa música num vídeo com visuais diferentes, como com o uso de cores e movimentos mais psicodélicos, quase como um desafio de adaptação. Assim, poderiam ser testadas outras formas de "enxergar" essa música, sem fugir da proposta de traduzi-la num vídeo.

Eu particularmente achei o sintetizador de vídeo algo bastante complicado, tanto que não consegui me aprofundar demais na explicação. Mas não sei se o uso de outras ferramentas traria o mesmo resultado, de uma maneira tão profunda como o artista aparentemente quis passar. Eu não mudaria o resultado final e nem a maneira como foi feito, mas se fosse algo que me pedissem para fazer, eu procuraria um instrumento mais simples e que eu conseguisse imprimir no projeto a mesma ideia.


18 visualizações

Comments


bottom of page